Imigrantes Retidos no Aeroporto de Guarulhos Aguardam Processamento de Refúgio

Mais de 360 imigrantes, principalmente indianos e africanos, enfrentam condições precárias enquanto aguardam a formalização de seus pedidos de refúgio no maior aeroporto da América Latina.

Mais de 360 imigrantes, majoritariamente indianos e cidadãos de países africanos, estão retidos na área de imigração do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, aguardando a formalização de seus pedidos de refúgio no Brasil. Neste sábado (15), deputados da Comissão sobre Migrações Internacionais e Refugiados do Congresso Nacional e representantes da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) inspecionaram a situação.

Os imigrantes enfrentam condições precárias de higiene e falta de informações enquanto aguardam na área restrita do Terminal 3 do aeroporto. As autoridades mencionaram que os estrangeiros foram impedidos de entrar no país devido a problemas na capacidade de processamento dos pedidos de refúgio pelo Sistema Nacional de Processamento de Pedidos de Refúgio (Sisconare).

O defensor público federal em Guarulhos, Murilo Ribeiro Martins, informou que a Polícia Federal pode processar até 100 pedidos de refúgio por dia, mas essa capacidade não tem sido suficiente devido ao contínuo fluxo de imigrantes. A Defensoria Pública Federal destacou a necessidade de mais funcionários para lidar com o aumento dos pedidos.

Maria Beatriz Nogueira, da ACNUR em São Paulo, ressaltou a necessidade de melhorar a infraestrutura de recepção e processamento para acompanhar o aumento das chegadas no aeroporto. O Ministério Público observou que a chegada de grupos de indianos pedindo refúgio é rara no país, e cada pedido é verificado em entrevistas confidenciais pelo Comitê Nacional de Refugiados.

O Ministério Público Federal mencionou que o Brasil está sendo usado como rota por estrangeiros que desejam chegar aos Estados Unidos. Situações semelhantes ocorreram anteriormente, como desde agosto de 2022, quando milhares de afegãos chegaram ao Brasil fugindo dos conflitos internos provocados pelo Talibã.

 

Referencia: G1