O Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) registrou mais de 5.400 solicitações de refúgio entre janeiro e julho deste ano, segundo dados da Polícia Federal. Essa crescente demanda reflete o aumento no fluxo de imigrantes, muitos dos quais chegam ao Brasil sem os documentos necessários para entrar no país e acabam solicitando refúgio. Atualmente, 484 imigrantes estão retidos em áreas restritas do aeroporto enquanto aguardam o desfecho dos seus processos. Esse número já chegou a quase 600 na última semana, quando um imigrante de Gana faleceu após passar mal nas instalações do aeroporto.
As condições enfrentadas por esses imigrantes têm sido alvo de críticas por parte de entidades como a Defensoria Pública da União (DPU). Em inspeções recentes, a DPU relatou a falta de cobertores, saúde precária e até situações de violação de direitos humanos. A crise se intensificou em agosto, com um aumento significativo no número de pedidos diários de refúgio, que passaram de 25 para 40.
A morte do imigrante de Gana, que aguardava repatriação, acendeu um alerta sobre a situação, levando a uma reunião de emergência entre autoridades para discutir soluções para a crise humanitária que se desenha no aeroporto.
A situação crítica no Aeroporto Internacional de Guarulhos também é agravada pelo aumento na diversidade de nacionalidades dos imigrantes. Além dos ganeses, há pessoas vindas de países como Vietnã, Senegal e Nigéria, todos buscando refúgio no Brasil em meio a dificuldades econômicas ou conflitos em seus países de origem. Grande parte desses imigrantes está retida em áreas isoladas dentro do terminal, em condições precárias. Muitos enfrentam frio intenso, dormindo no chão sem cobertores, e há um aumento na demanda por atendimento médico devido a sintomas gripais e outras enfermidades.
A Defensoria Pública da União (DPU) tem destacado que as condições enfrentadas pelos imigrantes representam uma violação de direitos humanos. Durante uma visita, foram constatadas diversas irregularidades, como a falta de acesso a alimentação adequada e restrições ao movimento dentro do terminal. A Polícia Federal, por sua vez, afirmou estar trabalhando para acelerar os processos e garantir o cumprimento dos direitos dos viajantes, mas o fluxo elevado de imigrantes tem sobrecarregado a capacidade de resposta das autoridades.
Desde julho, o fluxo de viajantes que chegam em trânsito internacional e acabam solicitando refúgio aumentou significativamente, com muitos desses pedidos sendo feitos por pessoas que decidem não regressar aos seus países de origem, mesmo sem os documentos exigidos para ingresso no Brasil. A crise culminou com a recente morte de um imigrante de Gana, que estava retido no aeroporto desde o início de agosto. Ele foi atendido no posto médico local, mas faleceu após ser encaminhado ao hospital.
A situação continua em avaliação pelas autoridades, com a participação de diversas entidades, incluindo o Ministério da Justiça e o Itamaraty, que buscam soluções para minimizar o impacto humanitário dessa crise no principal aeroporto do país.
Referência: Agência Brasil e G1