Eventos climáticos extremos estão forçando pessoas a se deslocarem para outras cidades e países, criando os chamados migrantes climáticos. Esse termo, cunhado pela Organização das Nações Unidas (ONU), refere-se àqueles que precisam se mover após serem afetados por secas severas, inundações, incêndios florestais, entre outros desastres naturais. Esse movimento ameaça diretamente os direitos humanos e agrava a pobreza, destacando a necessidade urgente de ações concretas para combater as mudanças climáticas.
Entre os desastres mais comuns estão as enchentes, que, com o aumento da temperatura global, podem se tornar ainda mais frequentes e severas. A elevação do nível do mar é uma das principais consequências do aquecimento global, ameaçando invadir cidades costeiras e contribuindo para o aumento do número de refugiados climáticos. No Brasil, a situação é preocupante. No Rio Grande do Sul, a cidade de Muçum enfrentou três enchentes devastadoras em menos de um ano – em setembro e novembro de 2023 e, mais recentemente, em abril de 2024. Essas enchentes destruíram 80% da zona urbana e isolaram os moradores após a queda de pontes e bloqueio de rodovias, incentivando a migração do município.
Atualmente, o Brasil já conta com meio milhão de refugiados climáticos. Globalmente, esse número atingiu um recorde de mais de 32 milhões de pessoas, e as projeções indicam que até 2030 esse número pode chegar a um bilhão. Entre as cidades brasileiras mais suscetíveis a eventos climáticos extremos estão Salvador, Recife, Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, que já estavam em risco antes do último desastre ambiental.
Para enfrentar esse desafio, é essencial a criação de políticas sustentáveis que evitem o aquecimento global e a implementação de ações de adaptação às mudanças climáticas. Os consumidores também têm um papel crucial nesse cenário. A falta de educação ambiental exige uma atitude mais consciente, onde, através das decisões de compra, possam pressionar as empresas poluidoras a adotarem práticas mais sustentáveis. Além disso, o voto consciente em políticos que defendem pautas ambientais é fundamental para mudar o padrão atual, que visa o lucro imediato sem considerar as consequências a longo prazo.
A crise dos migrantes climáticos é um alerta para a necessidade de uma mudança profunda e urgente em nossas práticas ambientais e políticas. A ação coletiva e a responsabilidade individual são essenciais para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para todos.
Referencia: G1, ONU, Jovem Pan