Xenofobia e Discriminação nos Abrigos do Rio Grande do Sul para Imigrantes Haitianos e Venezuelanos

Imigrantes haitianos e venezuelanos enfrentam xenofobia e dificuldades nos abrigos após enchentes no Rio Grande do Sul, destacam representantes e organizações humanitárias.

Os imigrantes haitianos e venezuelanos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul têm enfrentado xenofobia e discriminação nos abrigos. A Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informa que 46 mil refugiados residem no estado, incluindo 29 mil venezuelanos e 12 mil haitianos, seguidos por 1,3 mil cubanos.

Anne Milceus Bruneau, presidente da Associação dos Haitianos no Brasil e voluntária em um abrigo em Porto Alegre, relatou à Agência Brasil que a xenofobia é prevalente, afetando haitianos e venezuelanos. Segundo ela, há situações em que refugiados recebem apenas uma escova de dente por família e enfrentam dificuldades no acesso à água. Anne mencionou que após seus relatos, a distribuição de água melhorou. Ela também observou que roupas em piores condições e materiais de higiene, como desodorantes e fraldas, não são distribuídos igualmente entre os desabrigados.

Anne destacou que quando os imigrantes pedem algo diretamente, muitas vezes são negados, mas quando representantes da associação fazem o pedido, os itens são fornecidos e distribuídos aos imigrantes. Ela defendeu a igualdade no tratamento, afirmando que todos estão na mesma situação independentemente da cor.

Silvia reforçou que refugiados e imigrantes devem ter o mesmo acesso e direitos que os brasileiros afetados. Durante a Operação Acolhida do Governo Federal, o Rio Grande do Sul recebeu cerca de 21 mil dos 100 mil venezuelanos transferidos de Roraima.

O Banco Mundial estima que até 2050, 17,1 milhões de pessoas serão deslocadas internamente na América Latina devido às mudanças climáticas. O Unicef alerta para a necessidade de medidas para reduzir o estresse tóxico, especialmente entre crianças, que são mais vulneráveis emocionalmente.

Mais de 80 mil pessoas estão em abrigos no Rio Grande do Sul, incluindo milhares de crianças e adolescentes. O Unicef intensificou seus esforços para proteger crianças desacompanhadas ou vulneráveis, mapeando suas necessidades e distribuindo kits recreativos e educativos nos abrigos. Nos próximos dias, o Unicef também fornecerá kits de saúde menstrual, higiene e cuidados com bebês.

Informações da Agência Brasil.